Artigo: Quem pagará pelos crimes contra a população?

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√ “A experiência do mal toca nossa sensibilidade, a bestialidade do assassinato cruel dói-nos; já o assassinato de milhões pode não ser notado por essa nossa sensibilidade, pior, pode ser perpetrado sem que se tenha ascos morais do algoz.”

  • Esse é o comentário do doutor Adriano Naves de Brito, ao estudo de Rosângela Chaves acerca da obra da filósofa alemã Hannah Arendt, sobre o nazista Adolf Eichmann.
  • Eichmann era responsável pelo encaminhamento de milhões de judeus aos campos de concentração.
  • Em 1960, foi capturado na Argentina, onde vivia disfarçado, pelo Mossad (serviço secreto de Israel), e levado a julgamento.
  • Em sua defesa, disse que teve “o azar de ter sido envolvido nesses horrores, contra sua vontade”, que recebia ordens dos líderes e que sua culpa reside na “sua

obediência, disciplina e obrigações militares”, em tempos de guerra.

  • Eichmann chama os que estavam no poder de “fanáticos assassinos que abusaram de sua obediência”:

– “Não sou o monstro que me fizeram ser, sou vítima de uma concepção errônea”.

  • No final, foi considerado culpado por crimes de guerra e enforcado na Prisão de Ayalon, em Israel.
  • Em relação aos apoiadores de governantes crueis, Hanna Arendt sustenta que não há “culpa ou absolvição coletiva”, ou seja, cada cidadão/cidadã é responsável por suas escolhas e seus atos.
  • O Brasil de hoje não está em guerra, mas o bolsonarismo está a cometer crimes de responsabilidade.
  • Certamente, bolsonaro terá que prestar contas de seus crimes – junto com seus cúmplices.
  • Assim, quem hoje apoia o bolsonarismo haverá de ser julgado – pela Justiça ou por sua consciência.

* Luís Bassoli é advogado e ex-presidente da Câmara Municipal de Taquaritinga (SP).

**Os artigos assinados não representam a opinião de O Defensor!

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